sexta-feira, 30 de junho de 2017
quarta-feira, 28 de junho de 2017
terça-feira, 27 de junho de 2017
segunda-feira, 26 de junho de 2017
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Colônia del Sacramento
bem, gente
esse aqui também é um experimento
pra saber se eu sei, e como fica
a postagem no blog oco
feito assim,
com a foto ao lado
o texto ao lado
e um beijo em cada um
desses amigos tão vazios
esse aqui também é um experimento
pra saber se eu sei, e como fica
a postagem no blog oco
feito assim,
com a foto ao lado
o texto ao lado
e um beijo em cada um
desses amigos tão vazios
Tríplice base
ou
Manifesto pela mutilação do sentido
ou
Porquê um pensamento infantil é mais sábio que um pensamento adulto
ou
A vida é bela
Carolina da Nova Cruz, janeiro de 2017.
Amelie
"A maturidade do homem é reaver a seriedade da criança ao brincar" - Nietzsche
Amelie Poulan encontra uma caixinha de lembranças escondida no assoalho de seu apartamento e decide, como que em uma brincadeira, que se essa caixinha afetasse o seu dono depois de tantos anos ela começaria a mudar a vida das pessoas.
Explico o porquê que essa decisão faz (pelo menos tanto sentido quanto) uma decisão chamada madura ou racional pelo homem ocidental.
Essa forma de vida aceita a incapacidade humana de saber se estamos acertando ou errando ao tomar uma decisão.
Essa forma de vida aceita o caos presente na vida, que homem moderno tenta, a todo tempo, reduzir à sua racionalidade.
Essa forma de vida brinca, com seriedade. Não nega a tragicidade do cotidiano, mas entrega-se a ela.
Essa forma de vida ironiza qualquer pretensão analítica (seja psicológica, científica, religiosa) abraçando o acaso como inerente à vida.
Essa forma de viver nada tem de utópica, idealista, ou imatura, como pode ser chamada por olhos pouco atentos. Ela representa uma tomada radical de posição em relação à ética de viver, posição essa extremamente sólida.
O que sustenta essa forma de viver recusa a meritocracia e qualquer noção de progresso.
Essa forma de apreender o mundo coloca lado a lado uma criança de três anos e um doutor em filosofia. A diferença é que o doutor em filosofia tem de trilhar um caminho árduo em busca da reconquista dos seus olhos infantis.
Tanque de guerra
O pai de a vida é bela dança um balé trágico com a vida, com a realidade dada.
Ele é extremamente sério ao inventar, ao escolher a vida.
Seriedade aqui nada tem a ver com rigor científico, moderno.
Seriedade tem a ver com abraçar sua responsabilidade de homem, e portanto de inventor de vida, diante da situação. Ao inventar (escolher) por seu filho, o pai escolhe pela humanidade e cria um mundo, cria o mundo, outro mundo.
Mundo possível diante da impossibilidade do mundo.
Um mundo onde a beleza está em primeiro plano.
Os encontros coincidentes que criam mágica por onde o pai passa mostram a potência de humanidade em um homem.
A potência de inventar mundo.
De criar encontros.
De fazer tudo isso por amor.
De fazer tudo isso por amor a uma criança.
Solidão na América Latina
Cem anos de solidão narra a potência caótica, mágica, estética, dos encontros
Encontros de mulheres com mulheres, com homens, com o clima, com a arquitetura.
A forma de narrar é realista e é mágica pois não procura outro lar para magia
Percebe que o lugar onde a magia mais se encaixa é na própria realidade, que o pensamento moderno viciou-se em contrapor com a magia
Nada é mais surreal que a realidade, nada é mais mágico do que a vida cotidiana na América Latina.
O narrador, em cem anos de solidão, é sensível a isso. Não procura causalidade, sentido. Mostra apenas. Mostra a beleza, a tragédia bela da vida. Mostra, como quem brinca de contar história, assim como Amelie e o pai parecem brincar de viver.
Eles reconquistaram a seriedade da criança ao brincar.
Retomaram o poder, por vezes escondido, de cada pessoa criar um mundo a cada dia.
É por isso que esse modo de vida nada tem de utópico, idealista ou pouco sofisticado.
Esse modo de vida se dá com a criança que brinca a cada manhã no sul do Brasil
Esse modo de vida se dá em algumas páginas da filosofia de um filósofo alemão do século passado
Esse modo de vida se dá nas esquinas do mundo, onde um artista pinta algo que imaginou.
E nada sustenta que esse modo de vida seja pior que qualquer outro.
Reamanhecendo, Papillon estivera: Caterpillar.
Descobertas miríades antecedem: busca.
Amor infinitesimalmente atualiza desamor.
...Toujours?
Flor esvanecida, água suja, natureza morta sobre a
mesa
desamanhece ao lado.
Rebrota.
Dobra a perspectiva, repetição.
Diferencia.
Querer ser, conseguir ficar.
Derreter-se para escorrer entre os dedos
da própria mão fechada.
E escorrer.
Empoçar depois da tempestade.
Água de enxurrada.
Lágrima seca
pelo calor do sorriso chorado.
Ser descontínuo
morre para viver?
Lábios de Seda - Umas talvez poesias
Lábios de Seda
-Umas Talvez poesias
Kleber Alexandre
2014.1
Essas umas (publicadas aqui nesses dias) eclodiram das leituras transversais das disciplinas que cursei no doutorado de Letras na UFSC.
Raul Antelo e Maria Lúcia de Barros Camargo eram os professores.
O computador foi o meio. Nada de lápis ou caneta. Papel, só depois.
Não sei se para leitura. Ou se para soar.
Sei que não é para todos. Mas se para todos, muito bem.
Houve um dia uma assim:
Fria manhã
Céu calado
O mundo reza a seu modo
Nada,
Só o murmúrio do vento
A cortar os seus
lábios de seda.
As portas da cidade se abriram e tal qual bandos de lobos errantes poetas famintos invadiram as estruturas: nas bibliotecas ricos acadêmicos e seus banquetes de livros - nas calçadas mendigos dividindo um pedaço amanhecido de versos livres.
terça-feira, 20 de junho de 2017
Dois
Banho e Tosa
Já não é só produto Industrial
A Fazenda e o fazendo a poesia
A adesão por oposição a um Clube
É uma espécie de Banho e Tosa poético:
Submissão a uma ultrassonografia
Ou recepção de um carimbo empoeirado.
Em fila
Destruímos
O que há de bicho em nós
E aplaudimos:
A disciplina
de crianças orientais
Que silenciosas
aguardam
o lanche ser distribuído.
Kleber Alexandre
segunda-feira, 19 de junho de 2017
ponto fuga - des-soneto
Ponto fuga
Onde antes não havia um quando
quase nunca se pensava um tempo perto da cidade
se ouvia sobre que sempre a tarde era tão quente
mesmo noite já se fazia forte toda luz
em demasia fonte a sombra esconde e não escolhe cor em ponto
fuga
tão distante o olho na mira certa engana o gesto curto que
acorda o sono
boca e bala dedo em riste a mente plana
língua e letra mordem o susto
de barriga cheia
quebra o vento e engole o medo.
Kleber Alexandre
domingo, 18 de junho de 2017
rastros
Duas telas
N’uma o texto
N’outra a glosa
D’uma a outra
N’um monótono movimento
Na trilha, o duelo
Teclas x relógio
N’alma, o medo
Paralisante da perda
Produz cópias
Canetas de transporte
Se no corte, quando
Multiplamente salvos
O esquecimento
Gere duplos falhos
Na leitura d’estes
Delineia-se o percurso:
Os arquivos são os rastros.
Kleber Alexandre
sábado, 17 de junho de 2017
“UMA” crise
O campo diminui
O mercado margina
Fraco gosto na paisagem
Não há mais guerra
Se falta clareza
Sobra iteração
Repetição
Estrofes, pés
Isotopias
Preso no signo
Do que fala?
Figuras-movimentos
A força de um pensamento
Está no escuro:
Dizer bem
Uma coisa
Bem dizer aleatório.
Qualquer coisa:
Crise.
kleber Alexandre
sexta-feira, 16 de junho de 2017
fervilhando
Emoção in-pessoal
Intelectualizo-me ancestralmente em Cage,
Se me destruo, cego o carregador:
Correremos o risco de ficar sem o santo!
Se me cultivo
Apesar das regras
Morro de fome:
Essas coisas de Ginsberg!
Elipse crítica, por que não emoção?
Brincar com o pêndulo, sobriedade,
Detalhes, contingências não são silêncio.
Verbivocal – diriam uns
Visual – outros
Créditos e não-criação
Resta a possibilidade do documento:
Fervilhando em máscaras.
Kleber Alexandre
quinta-feira, 15 de junho de 2017
Será que no oco se faz eco? mas, então...um outro:
Eco
Quando não se tem um pressentimento
Se Confia no eco como numa confissão
Melhor que mudo é ceder ao impasse
Sem outro recurso imediato recuso a dramatização:
Olhar como passagem a escrita
Para não se perder numa linhagem
Ouvir como grito a leitura
Para não em transe outro mito
Tocar como num soco a matéria
Para não sentido ou loucura
Cheirar o perfume de leques nas rimas
Para não desviar do cardume
Lamber meus dedos pós-leitura
Para não sucumbir aos seus medos.
quarta-feira, 14 de junho de 2017
caligrafia chinesa/espada/música (mesmo gesto) - impressões após ler françois Cheng
Espada-pincel
Gesto esvaziado:
Na leveza que se supõe
Dorme a tensão do punho.
O antes, saber decor,
no ato que se desata após,
num assombro continuo
de líquido negro e celulose,
algo entre água e montanha,
nem Azul nem Azur,
nem carpa nem dragão,
desafia a seda que se desfaz em bambus.
O final do traço-vertigem
dança no fundo vazio
aguado e silencioso
dá meia volta e some.
Kleber Alexandre
segunda-feira, 12 de junho de 2017
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